A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar, que se apoia em diversas áreas do conhecimento humano, e aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e atividades, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho.
Nas situações de trabalho, a ergonomia tem como foco principal a interface homem-máquina, onde busca ao máximo adaptar os sistemas operacionais às condições psicofisiológicas do trabalhador.
A Ergonomia se desenvolveu nos Estados Unidos e Europa, após a II Guerra Mundial, e no Brasil se tornou obrigatória em 1978 através da Norma Regulamentadora NR-17, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em 2022 a NR-17 foi atualizada, obrigando todas as empresas que possuem funcionários contratados por regime CLT a realizarem a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP). Além da NR-17, a ergonomia se faz obrigatória através da NR-01 (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e CLT, capítulo V. Os serviços de ergonomia incluem AEP/AET, treinamentos, palestras, Comitê de Ergonomia (COERGO), dentre outros.
A gestão dos riscos identificados também é obrigatória e se faz através do PGR (Plano de Gerenciamento dos Riscos) ou do COERGO. Em ambos os casos é necessária a presença de um Ergonomista especializado.
Com a AEP é possível identificar os perigos e fatores de risco ergonômicos, os quais se subdividem em três grandes áreas de abrangência: os fatores físicos que envolvem postura, movimentos, mobiliários, equipamentos; os fatores cognitivos que envolvem demandas emocionais, estresse, carga mental; e os fatores organizacionais que envolvem processos, fluxo de comunicação, jornada de trabalho.
A ergonomia otimiza o trabalho
Para ser eficaz, a ergonomia deve atender aos objetivos sociais (bem-estar) e econômicos (produtividade) da empresa. Ao reduzir distúrbios músculo-esqueléticos, a partir da melhoria das condições de trabalho, a ergonomia reduz custos com a saúde, como tratamentos médicos, perda de produtividade e absenteísmo. No nível econômico, a ergonomia contribui para o aumento da competitividade da empresa, através da melhoria dos sistemas produtivos e qualidade dos produtos ou serviços.
Quando não investem em ergonomia as empresas assumem o risco de terem prejuízos financeiros através da perda de produtividade por baixa performance dos trabalhadores, retrabalho, faltas e atestados por dores e desconfortos físicos, acidentes de trabalho, desmotivação dos profissionais, multas decorrentes de fiscalizações e processos trabalhistas. Todas essas consequências podem impactar negativamente na imagem da empresa frente aos colaboradores e ao mercado como um todo, o que não é nada bom para o futuro dos negócios e resultados almejados.
Segundo dados do Observatório Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, o perfil dos afastamentos mostra que 63% são devido a fraturas e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, contra 37% que não possuem relação direta com as condições laborais. Além disso, os dados mostram que 46,8% dos afastamentos por doenças na coluna e nos ombros estão relacionados às condições de trabalho, contra 20% dos que não possuem relação com o trabalho, ou seja, mais da metade.
A boa notícia é que a Ergonomia pode evitar todos esses problemas, de modo a preservar a saúde dos trabalhadores e dos negócios. Vou elencar aqui os principais benefícios que uma boa gestão de ergonomia pode trazer para as empresas de qualquer segmento:
- Cumprimento das Normas de ergonomia (NR-17 e NR-01)
- Redução de faltas médicas e afastamentos
- Redução do risco de doenças do trabalho
- Redução de queixas do trabalhadores
- Aumento da produtividade e engajamento dos trabalhadores devido à melhora das condições de trabalho
- Promoção da saúde dos colaboradores
- Fortalecimento da Imagem da empresa frente aos funcionários e mercado
- Fortalecimento da cultura organizacional da empresa
- Maior segurança na execução das atividades
- Redução do risco de acidentes do trabalho
Considerações finais
Toda empresa, antes de tudo é feita por pessoas e o cuidado com cada trabalhador é fundamental para o bom desempenho dos negócios. Tendo a Ergonomia como prioridade a nível de gestão empresarial, os resultados se apresentam através dos indicadores de saúde e produtividade.